A utilização da inteligência artificial (IA) pela Receita Federal e demais órgãos fiscalizadores tem revolucionado a forma como as empresas são monitoradas. Com algoritmos avançados, a IA consegue cruzar informações fiscais em tempo real, detectar padrões de sonegação e identificar inconsistências que poderiam passar despercebidas em fiscalizações tradicionais. Isso significa que autuações estão se tornando mais rápidas e precisas, reduzindo a margem para erros e fraudes.
Para as empresas, esse avanço representa tanto um risco quanto uma oportunidade. O risco está na intensificação das autuações para aqueles que não mantêm uma gestão tributária organizada e transparente. Pequenos erros em declarações, que antes poderiam demorar anos para serem identificados, agora podem ser apontados quase imediatamente. Por outro lado, a IA também pode ser usada a favor dos contribuintes, ajudando na automação de processos fiscais, no cumprimento de obrigações acessórias e na identificação de oportunidades de economia tributária por meio do compliance fiscal.
Uma dica essencial para empresários é investir em tecnologia e boas práticas de gestão tributária. Sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) com inteligência fiscal integrada ajudam a manter as informações atualizadas e evitar erros que possam gerar penalidades. Além disso, contar com uma assessoria especializada para revisar periodicamente a conformidade fiscal da empresa pode ser uma estratégia eficiente para minimizar riscos e garantir que a IA trabalhe a favor do negócio, e não contra ele.
Em um cenário onde a fiscalização se torna cada vez mais automatizada e rigorosa, a melhor estratégia não é tentar driblar o sistema, mas sim utilizá-lo como aliado. A transparência e o uso inteligente da tecnologia podem garantir que a empresa opere dentro da legalidade, evitando prejuízos e aproveitando benefícios fiscais de maneira segura e estratégica.
Por: Fernanda Petry | OAB/SC 60.353 | Bertol Sociedade de Advogados
